Trânsito no Brasil: uma triste realidade

Na década 2000/2010, o número de mortes nas estradas, avenidas e ruas brasileiras passou de 28.995 em 2000, para 40.989 em 2010, o que representa um incremento de 41,4%. As taxas, considerando o aumento da população, também cresceram 25,8%. Foram em média 117 mortes por dia. Um aumento de 13,9% em relação a 2009, quando os acidentes deixaram 37.594 vítimas.

Apesar de tantas estatísticas negativas temos que destacar um resultado positivo, na última década, segundo os registros do SIM, o número de mortes de pedestres caiu, de 13.643 em 2002 para 11.946 em 2010, ou seja, 1.707 vidas preservadas. Atribuímos esta vitória às campanhas educativas e às políticas públicas de segurança viária como, por exemplo, passarelas, lombadas eletrônicas e faixas de pedestre, implantadas por todo País.

Não podemos dizer o mesmo quando destacamos os motociclistas, cuja mortalidade aumentou 244% nesta última década, passando de 3.910 mortes em 2000 para 13.452 em 2010. Conforme o Mapa da Violência no Brasil, elaborado pelo Instituto Sangari, em cada três desastres com mortes registrados pelo Denatran, em 2010, um envolveu motociclista. Isso torna o Brasil o segundo país do mundo em número de vítimas de acidentes com motos.

Muitos falam e colocam a culpa no crescimento populacional e no crescimento da frota, mas as estatísticas do estado do Rio de Janeiro provam que isso não é verdade. Destacamos que entre os 26 estados mais o Distrito Federal, a mesma pesquisa mostra que o estado do Rio de Janeiro foi o único que conseguiu reduzir os números de mortes por acidentes de trânsito.

Em 2000 morreram 2.956 pessoas, em 2010 2.296, 300 vidas preservadas. Esse resultado são medidas acertadas como, por exemplo: decisão de governo em combater a violência no trânsito, campanhas educativas permanentes, fiscalização e cumprimento da lei seca, punição e participação da sociedade.

Sabemos que em todo Brasil estão sendo feitas ações para coibir esse crescimento, e a Paraíba também tem feito sua parte, podemos destacar até algumas: conferências de educação para o trânsito, criação de comitê de combate aos acidentes de trânsito, reativação do Conselho Estadual de Trânsito, fiscalização, e participação da sociedade. Todas essas medidas foram tímidas e de pouca duração. Portanto temos de cobrar mais infraestrutura viária, políticas públicas de Estado e não de governo voltada para educação e segurança no e para o trânsito e campanhas permanentes que tem o objetivo de sensibilizar a população. É preciso uma mudança de comportamento e consciência, muito mais fiscalização, punição de verdade e que os próprios órgãos cumpram o que diz o Código de Trânsito Brasileiro no seu artigo 1º inciso II e III, no seu artigo 74º e principalmente o cumprimento de nossa Constituição no seu artigo 23º inciso VIII.

Por: Ascom ONG ETEV