11 jul Percentual do álcool deve subir
O governo federal pretende aumentar o percentual do álcool na gasolina de 20% para 25%, assim que a produção nacional de etanol superar os patamares atuais, afirmou ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Sem dar mais detalhes, Lobão afirmou que, se a produção se mantiver nos níveis verificados neste ano e em 2011, não será possível ampliar o percentual de álcool na mistura.
O ministro, no entanto, deu a entender que isso pode estar próximo de acontecer ao dizer que a mudança poderá ocorrer a qualquer momento. “Estamos mantendo os 20%, mas a qualquer momento poderemos voltar aos 25%. Se a produção de etanol continuar no patamar em que se encontra hoje, e que estava no ano passado, vamos mantê-la em 20%”, disse Lobão, no Rio, após cerimônia da entrega do navio Sérgio Buarque de Holanda à Transpetro, o terceiro a entrar em operação dentro do programa de modernização da frota da companhia.
Como medida emergencial, o governo federal buscaria aumentar a mistura do álcool anidro na composição da gasolina, a 25%. Em outra frente, o governo quer transformar o etanol em commodity negociada no mercado internacional para garantir preços e mercado. Para isso, tem memorandos de entendimento com 77 países e já financiou pesquisas de viabilidade em 12 nações (seis americanas e seis africanas).
Estudos do mercado mostram que se tivessem sido investidos entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões nos últimos quatro anos, a produção de álcool hoje seria de mais 12 bilhões de litros, equivalente ao consumo de um ano. O governo, por sua vez, embora reconheça as dificuldades vividas nos últimos dois anos pelo setor, cobra eficiência à indústria, que mantém altos custos de produção, capacidade ociosa de 25% nas usinas e baixos índices de renovação do canavial.
Sem fôlego Na bomba, o álcool tem perdido a disputa com os combustíveis fósseis. Desde janeiro do ano passado, sai mais barato para o brasileiro usar gasolina, de acordo o monitoramento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Com isso, a produção de etanol vem perdendo fôlego e o setor admite estar em crise. Por isso, o governo deve lançar até setembro um conjunto de medidas para estimular o segmento. Em estudos, a retirada do PIS e da Cofins, desoneração de investimentos e juros mais baratos.
Se em 2009 o etanol abastecia 54% da frota nacional de veículos médios, hoje, no país do carro flex, esse percentual já não passa de 35%, de acordo com os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), embora 85% das vendas de veículos leves da indústria automotiva sejam de modelos flex, que já somam cerca de 50% da frota nacional.
FONTE: Vrum