Jaqueta com airbag para motociclista

Pense naqueles carros com os mais variados tipos de airbags (de motorista, passageiro, laterais…). Agora pense num carro sem airbag nenhum. Mesmo sem essas bolsas de ar, que já salvaram a vida de muita gente, o carro ainda é um meio de transporte muito mais seguro do que a mais segura das motocicletas. Afinal, o carro tem uma célula de sobrevivência, tem componentes na carroceria que absorvem a energia do impacto e ainda tem cinto de segurança. A moto não tem nada entre o condutor e a pista… Pior: só tem duas rodas.

A boa notícia é que tem engenheiro tentando compensar um pouco essa falta de segurança.
A Leroup, uma empresa brasileira especializada em equipamentos de proteção individual, associou-se à japonesa Mugen Denko para a criação de uma jaqueta que vem com airbag embutido. Ou seja, se não dá para evitar o tombo, a saída é, pelo menos, minimizar o impacto da queda.

Entenda o processo

O equipamento funciona da seguinte forma: uma trava de segurança liga a jaqueta à estrutura da moto. Quando o motociclista é arremessado, a trava é liberada, acionando um cilindro de gás carbônico que infla as câmaras de ar da jaqueta instantaneamente. O processo todo leva menos de meio segundo, mal dá para piscar.

As câmaras, espalhadas pela jaqueta, abrangem as áreas do pescoço, costas, tórax, abdômen, coluna cervical e cóccix. Segundo Vanderley Almeida, diretor da Leroup, a “jaqueta-airbag” protege contra 80% das lesões críticas que o motociclista pode sofrer.

Ele explica ainda que é necessário um puxão equivalente a 30 quilos para que o cilindro seja ativado, o que impede que o motociclista acione o airbag por engano, ao descer da moto sem destravar o cabo que liga a jaqueta ao veículo de duas rodas.

Diferentemente do que acontece com o airbag de carro, esse da jaqueta pode ser reaproveitado depois de um primeiro impacto.

“Só precisa trocar o cilindro de CO2, que custa em torno de 60 reais”, explica Almeida.
A jaqueta também foi feita com material antiescoriação, para minimizar o “esfolamento” do motociclista que acaba rolando pela pista. Ainda conta com material refletivo aprovado pelo Denatran.

Mais airbags para o motoqueiro

Embora os veículos de quatro rodas já tenham airbags desde os anos 1970 (é isso tudo mesmo), foi só em 2005 que lançaram um sistema parecido para as motocicletas. Foi quando a Honda instalou o recurso em sua Gold Wing. Nesse caso, a bolsa de ar infla sobre o tanque; o objetivo é proteger o motociclista em caso de colisão frontal.

Um ano antes, a empresa espanhola APC Systems já havia lançado um airbag de capacete, para proteger o motociclista de lesões na região cervical. Embora a ideia fosse ótima, ainda não vingou, por tornar o capacete muito pesado. Mas é um primeiro passo para novos desenvolvimentos visando à segurança sobre duas rodas.

FONTE: Trânsito Manaus