11 mar Irreverência e bom humor marcam a participação de cerca de 300 pessoas na Pedalada Pelada em Florianópolis
Manifestação saiu da pista de skate da Trindade por volta das 19h30min
"Você aí parado, vem pedalar pelado", esse era o convite que faziam os vários adeptos da Pedalada Pelada pelas ruas de Florianópolis neste sábado. Aproximadamente 300 pessoas participaram da manifestação para demonstrar a insegurança enfrentada pelos ciclistas. O nu foi considerado uma forma de representar a falta de proteção que sentem quando transitam pelas ruas da cidade.
A versão brasileira do movimento internacional World Naked Bike Ride (WNBR) reuniu na Capital, pessoas bem humoradas que de uma maneira irreverente deixaram de lado a timidez em nome da tão sonhada segurança no trânsito. Eles representavam ciclistas e pedestres sufocados pelos milhares de carros que circulam nas vias públicas.
Um dos organizadores, o biólogo Daniel Costa, recepcionou a todos, e ao confirmar o percurso da pedalada, alertou a todos sobre a necessidade de respeitar o Código Nacional de Trânsito.
— Estamos aqui para representar os 70% das pessoas que moram nas maiores cidades do Estado e que não usam a bicicleta como meio de locomoção por não se sentirem seguras.
O servidor público, Luís Carlos Pereira, 54 anos, usa a bicicleta todos os dias para ir trabalhar e não considera a ação um protesto. Para ele valorizar o corpo, que é a máquina que move a bicicleta, é uma comemoração.
— As pessoas precisam entender a importância da nossa força, do nosso corpo. Eu luto não só hoje, mas todos os dias quando saiu para o trabalho com minha bicicleta com um percurso de 32 minutos. Mesmo sem condições adequadas eu não deixo de utilizar este recurso.
A estudante de história, Gabriela Griemm, 20 anos, foi motivada a participar depois de ter conhecimento, através da internet, do movimento mundial.
— Acho que é um ponto de partida para nossa cidade ingressar nesta causa séria e questionada por pessoas do mundo todo. Pensei por que não participar se uso minha bicicleta todos os dias e várias vezes fui surpreendida por motoristas imprudentes?
O movimento foi organizado pelo grupo Bicicletada Floripa, que criou um evento público na rede social Facebook para divulgar e convidar o maior número de pessoas possíveis para participar. No sábado 241 pessoas havia confirmado presença no evento. Entre os presentes algumas pessoas foram apoiar o movimento mesmo sem bicicleta. O casal Saul e Valéria Morvan, 40 anos, vieram de Biguaçu. Eles gostariam de poder andar de bicicleta mas preferem não arriscar.
— Infelizmente não dá para pedalar com as condições que dispomos atualmente. Já tivemos bicicletas e vendemos por que não tinha mais como usar. Nossos filhos de 20 e 16 anos também não andam mais, acho muito perigoso — explica Valéria.
Por: Joyce Santos (Diário Catarinense)