13 ago Apenas um em cada dez brasileiros usa o cinto no banco traseiro do carro
Apenas um em cada dez brasileiros usa o cinto no banco traseiro do carro. Isso tornou o banco traseiro o lugar mais perigoso do veículo. Em colisões a 50 km/h, uma criança de 20 quilos se projeta contra o banco da frente com uma força de 300 quilos.
O cinto tem salvado a vida de milhares de motoristas. Foi o caso do homem que dirigia o carro que capotou ontem numa rodovia em São Paulo.
Um flagrante foi feito pelas câmeras da rodovia Anhanguera, no interior de São Paulo. O motorista perdeu o controle da caminhonete, bateu na mureta e capotou.
O homem se feriu levemente porque usava o cinto de segurança. O uso do cinto já se tornou um hábito entre os motoristas, mas é ignorado pelos passageiros que andam no banco de trás.
“O lugar mais seguro de um veículo, quando utilizando o cinto de segurança, é o banco de trás. Sem o cinto se torna o local mais perigoso do veículo”, garante Fernando Moreira, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
Simulações de acidentes da Universidade de Campinas mostram o que acontece durante uma batida. O passageiro sem cinto no banco de trás é impulsionado para frente.
Em colisões a 50 km/h, uma criança de 20 quilos se projeta contra o banco da frente com uma força de 300 quilos. Um adulto de 60 quilos é lançado com um peso de quase uma tonelada.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, enquanto 90% das pessoas usam o cinto de segurança no banco da frente, o mesmo percentual, 90% não usam o cinto aqui atrás. Um risco enorme de lesão pra quem está sem a proteção e também para os ocupantes dos bancos da frente.
“Você pode ter traumatismo craniano, a lesão da coluna vertebral que é uma lesão potencialmente grave, e lesões no tórax, lesões no abdômen quando envolver também estruturas internas, órgãos internos com possíveis complicações agudas”, explica o médico.
Há sete anos, Fernanda sofreu um acidente de carro e ficou paraplégica. A bancária estava no banco da frente e na hora do impacto, foi atingida pela sobrinha que estava sentada atrás, sem cinto. “Se eu tivesse a consciência de que é importante e todo mundo tivesse de cinto, isso não teria acontecido comigo”, diz Fernanda da Silva, bancária.
“O condutor é responsável por essa pessoa que está no banco de trás então ele deve cuidar da segurança dessa pessoa e também aumentar a sua própria segurança”, afirma Fernando Moreira.
Fonte: Jornal de Floripa