09 maio Motoristas do Uber formam minifrotas, cobram diárias e ficam com lucro.
Especialistas em trânsito e em direitos trabalhistas apostam em uma deterioração do serviço
Promessa de serviço diferenciado e inovador, o Uber tem permitido a replicação de estratégias comuns a taxistas.
Em São Paulo e no Rio, as duas maiores metrópoles do país, motoristas cadastrados no aplicativo estão criando "minifrotas", sublocando veículos, fixando metas de rendimento semanal e cobrando lucros diários de condutores parceiros.
No Uber, um só motorista pode cadastrar quantos carros quiser, o que permite, por exemplo, a formação de frota sem limite de veículos.
A "terceirização" tem o aval e incentivo da empresa americana. Além de cobrar até 25% do valor de cada viagem, não estabelecer qualquer relação trabalhista e não exigir seguro do carro, a empresa não faz nenhum tipo de controle sobre o vínculo entre proprietários de veículos e locatários prestadores de serviço.
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O esquema de minifrota se assemelha ao modelo de dependência estabelecido entre donos de alvarás e taxistas, com uma diferença: no Uber, o proprietário do carro – e não do alvará – é quem dita as regras. Em sites de classificados, há anúncios de contratação de motoristas.
Cobram entre 500 e 700 reais por semana pelo "aluguel", com ou sem contrato assinado.
Há proprietários que pedem para fazer um teste de uma semana com o motorista interessado. O objetivo é checar se ele é "rentável", ou seja, se trabalha horas o suficiente para trazer lucro.
Proprietários esperam também que o interessado já esteja habilitado no Uber – outros dispensam essa exigência.
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Multas, combustível e avarias ficam por conta do "terceirizado", mas há casos de divisão de despesas também.
O dono paga impostos do carro e a "manutenção preventiva" – há casos de cobrança semanal de 10% para a conservação do veículo.
Até 2 000 reais de caução são exigidos, em algumas negociações, por possíveis casos de avarias.
Nos sites, há parceiros que procuram carro para alugar e oferecem pagamento de 400 reais por semana.
Com informações de Estadão Conteúdo.
Não há regras nem sequer um padrão de modelo de negócios, uma vez que cada proprietário de carro, que se torna um "empregador", decide sobre gerenciamento de lucros e despesas com seus parceiros.
Especialistas em trânsito e em Direito do Trabalho apostam em uma deterioração do serviço, o que pode afetar os passageiros.
Fonte: vejasp.abril.com.br/