Vagas não comportam o número de carros no Brasil.

Milhares de brasileiros enfrentam todos os dias quilômetros de congestionamento para ir ao trabalho. E na hora de estacionar, faltam vagas.

As cidades cresceram e não se planejaram. O problema se repete até na capital federal. Brasília foi planejada para os moradores se locomoveram de carros. A cidade cresceu, o número de carros aumentou demais, e estacionar é um drama. Uma tentativa de solução foi cravejar a cidade com cones para que os motoristas não estacionem ao longo das vias.

Trânsito lento. “Muito barulho, muita fumaça, está difícil”, diz uma mulher.

Quando finalmente o motorista chega ao destino, outro problema: estacionamento.

“Não tem vaga para todos”, reclama um motorista.

No centro de Curitiba, até pagando é difícil. Em São Paulo, mesmo com rodízio nos estacionamentos, é um aperto. Em Goiânia, motoristas ocupam espaços proibidos. Em Salvador tem carro até em cima da faixa de pedestre. E no Distrito Federal? A cidade planejada não contava com esta frota: quase 1,5 milhão de veículos.

“O trânsito está bastante complicado atualmente em Brasília”, declara Paulo Henrique, funcionário público.
Este ano, mais de 200 novos agentes foram convocados para fiscalizar o trânsito, e o que não falta é cone. O Detran comprou 15 mil. Mesmo assim, tem carro nas calçadas, canteiros.

“Chega cedo para procurar vaga, mesmo assim não encontra, não tem outra opção”, diz Ana Paula Mendes, advogada.

É um festival de notificações. “Estacionou irregular, não adianta reclamar”, declara Cristiano Pires, coordenador de operação.

Multas, atrasos, correria. O número de moradores que buscam alternativas contra o estresse urbano é cada vez maior.

Dois amigos moram na mesma cidade, trabalham juntos e percorrem todo dia um trajeto de 40 quilômetros. Eles fazem revezamento. Quem dirige hoje, amanhã descansa: vai de carona.

“Você consegue descansar um pouco, de repente se tiver que estudar para uma prova, alguma coisa assim, é bem bacana”, diz Alexandre Café, analista de sistemas.

“Economicamente fica mais viável também”, diz Adão Gonçalves, administrador.

Um carro a menos na rua, mesmo que seja preciso mudar a rotina. Inácia sai bem cedo de casa, deixa a filha na escola e vai para o trabalho. Mais de uma hora de caminhada. E diz que essa maratona é bem melhor do que enfrentar engarrafamento.

“Opção minha mesmo, eu gosto de caminhar, é bom para a saúde, eu prefiro vir a pé”, declara Inácia Barbosa, empregada doméstica.

Fonte: Globo.com